Que saudade de escrever no blog... Aliás,
saudade de ter ânimo de escrever no blog. Talvez o buraco seja mais
embaixo... Saudade de ter inspiração de fotografar, de dividir meu olhar,
experiências e sensações. Saudade de ter tesão na vida.
Várias vezes este ano eu tentei sentar pra
escrever e acabava me distraindo com e-mails, Facebook ou outros “vampiros de
tempo” da nova era. Quando não era isso, eu estava realmente cansada e sem
paciência pra nada. Eu voltei de Vitória, passei uns meses aqui, viajei pra
longe pra caramba, passei umas férias sabáticas ainda mais longe e não li nem
um livro inteiro. Dezoito posts este ano. E só sobre uma parte de uma das
viagens. Devo assumir que me senti obrigada a postar. Como que uma pessoa que
ama fotografar, viaja pra um lugar tão exótico, volta e não posta nada no
blog?!! Um blog que se diz “de fotografia”. Hoje acho que foi muita pretensão
cria-lo com este propósito...
Eu gosto de escrever. Sempre gostei. Sou
daquelas que faz diário e anos depois fica relendo como se fosse uma terceira
pessoa do singular.
Faço listinha dos assuntos sobre os
quais quero escrever. Faço listinha de tudo na vida. TUDO! Só que a minha
listinha de posts só cresce. Eu anoto os assuntos pra não esquecer, mas não sei
se isso é bom porque fico agoniada com a listinha crescendo, sem itens
riscados. Quem sabe eu deveria rasgar a lista de vez e só escrever aqui o que
der na telha (como agora!) quando pintar um tempinho sobrando? Se é que um dia
ele vai existir... E como eu demoro horrores pra postar, tem coisas que já nem
fazem mais sentido na hora que eu finalmente arranjo um tempo pra escrever.
Como as viagens, por exemplo. A magia vai passando... E escrever sobre viagem
sem aquela vibe de viajante recém chegada, não é a mesma coisa...
Eu faço esse blog pra mim, pra minha
família, meus amigos. Às vezes é uma espécie de diário, às vezes não. Uma das
coisas que mais gosto no meu blog é ler os arquivos antigos. É como se eu
revivesse todos aqueles momentos... Muito gostoso. E quando eu deixo de
registrar aqui alguma coisa, temo que essas memórias vão se perder de alguma
forma. OK, tem as fotos. Vídeos também. Mas não é a mesma coisa.
Post legal é post com foto, mesmo que às
vezes não tenha nada a ver com o texto. Pretendo continuar postando fotos, mas
não com a responsabilidade de manter o blog com este propósito. Sempre tive
meio receio de me expor demais aqui, mas agora resolvi me permitir dar voz
às minhas experiências. Registrar meus sentimentos em uma determinada época da
minha vida. Igual diário. Sem a obrigação das fotos. Ou, principalmente, das
BOAS fotos.
Há alguns meses, reli um antigo caderninho
de anotações e achei tão estranho... Eu já não era mais adolescente. Nem faz
tanto tempo assim. Mas quase não me reconheci naqueles desabafos tão cheios de
drama. E ao mesmo tempo foi tão legal ver o quanto mudei de lá pra cá... O
quanto sofri sem necessidade, por antecipação, principalmente. Talvez ainda não
tenha me curado completamente deste mal. Mas acho que já estou bem melhor do que
estava há uns anos atrás. Sentir isto é bom.
E a partir de agora, talvez os posts não
façam sentido entre si. A idéia é colocar pra fora o que passa na minha cabeça,
na ordem que for, ou na falta dela. Quem disse que a nossa mente é organizada?
Quem disse que a gente tem que fazer sentido o tempo todo? Tudo bem que
profissionalmente isto é essencial. Como engenheira, eu preciso ordenar as
coisas. Elas tem que ter começo, meio e fim. Mas a nossa vida não é assim. Não
é ordenada. É caótica, bagunçada. E é isso que esse post é também. Sem pé nem
cabeça, mas ao mesmo tempo, libertador. Ele acabou ficando uma colcha de
retalhos. Não como eu gostaria. Mas vou deixar assim mesmo. Uma hora sai outra
coisa que preste.
Eu queria falar de várias coisas. Tem tanta
coisa bacana acontecendo... Mas acho que por hoje tá bom. Venci a inércia. Este
era o objetivo.