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30 março 2014

Meta 90 - Levar um pedaço de bolo pra um vizinho

Minha idéia quando escrevi esta meta era recuperar as pequenas gentilezas, tao comuns antigamente, mas que se perderam no tempo... Acredito que gentileza gera gentileza MESMO. Mais que isto: gentileza ATRAI gentileza. E acredito também que se fossemos mais gentis, menos hostis uns com os outros, nossa rotina seria mais leve, mais alegre, menos desgastante.

Eu amo bolo de banana. Sempre compro uma penca de banana maior do que minha capacidade de come-las antes que estraguem. O objetivo eh "ter que fazer" o bolo de banana para que as bananas nao estraguem. Odeio quando comida estraga na minha casa!

A receita eh da Dona Celeste, sogra da minha irma, que também nao vive mais entre nos. Ja partiu para a outra dimensão do universo. Mas sempre que faço, lembro-me dela e de como ela tinha a mao boa na cozinha!

Eu, ao contrario, era uma negação. Tudo queimava, solava, ficava salgado demais, faltava tempero... Uma tragedia em pessoa! Mas um dia resolvi que iria arriscar ate acertar! Ou seja, nao desistiria de uma receita enquanto ela nao desse certo. A cada erro, fazia uma adaptação ate descobrir o MEU jeito de faze-las. Nao sei se isto existe, mas foi a forma que arrumei de tirar este peso das minhas costas de que eu nao sabia cozinhar. 

Foi também resultado de muita comadreria, pois em nossas conversas pude ver um lado da culinaria que eu nao conhecia. Antigamente, cozinhar pra mim tinha cara de submissão. Nao conseguia associar a um prazer. E depois fui vendo que preparar refeições, nada mais eh do que um ato de amor. Voce vai temperando, cortando, lavando, misturando e abençoando as pessoas queridas que vao partilhar com voce aquele prato. E este amor proteção, amor cuidado, nos mulheres temos de sobra! 

Hoje, cozinhar pra mim nao eh simplesmente fazer comida. Eh ter motivo para reunir os amigos, eh dar a minha casa um cheiro de lar, eh trazer para minha vida de adulta, cheiros e gostos de infancia, eh me permitir ousar nas misturas, gostos, eh sentir que estou contribuindo para que as receitas das gerações anteriores da minha familia perdurem por mais tempo...

Mas voltando ao bolo de banana... No meu aniversario, um grande amigo (e vizinho de bairro) trouxe pra mim de presente uma berinjela em conserva que ele faz e eu amo! Aproveitei a gentileza e resolvi fazer como nos velhos tempos: devolver a vasilha da berinjela com o bolo de banana!

Era uma receita que eu vinha tentando ha tempos e NUNCA dava certo. Sempre acontecia alguma coisa que ele ficava esquisitíssimo! Talvez por ja ter tentado todas as combinações possíveis de ingredientes, ou entao, em funcao da minha intenção tao bacana de levar ao meu amigo um pouco da gentileza que estou me propondo (que eh muito menos da que ele merece), o bolo FINALMENTE DEU CERTO!

Fiquei tao tao tao feliz que, alem de come-lo quase todo (porque eu simplesmente nao acreditava que ele tinha ficado tao gostoso. rsrsrs), resolvi levar também uns pedacinhos pra minha vizinha de porta. Eu a conheco so de oi e tchau. Ela eh uma fofa, mas nao temos intimidade. Coloquei numa vasilhinha "reciclada" do Verde Mar (pra ela nao ter que se preocupar em me devolver) e din-dom... Obvio que morri de vergonha! 9 da noite de uma sexta-feira: "Oi Flavia, boa noite! Me desculpe incomoda-la a esta hora, mas eu so vim trazer pra voces um pedacinho do meu bolo de banana. Espero que gostem!"

Ela ficou tao feliz e surpresa que nao parava de me abraçar! Depois de uns 27 abraços, disse que era o bolo preferido dela. Disse que ha tempos nao comia e que era uma negação na cozinha... Enfim, adorou! Eu vi que daqui um tempo, mais alguns bolos compartilhados e mais alguma intimidade, vamos ter muitos assuntos pra conversar. Porque sinceramente? Negacao na cozinha agora pra mim eh desculpa de peidorreiro! rsrs. 

Bom, minha vergonha foi tanta, que voltei correndo pra casa. Feliz da vida por ter conseguido CUMPRIR A META 90 e, principalmente, arrancar um sorriso (e varios abraços) dos 2. Adorei e pretendo repetir sempre que possível!



Meta 39 - Visitar parentes no interior

A familia do meu pai eh de Lavras. Como depois dos 20 anos ele virou filho unico (porque infelizmente perdeu o irmao), assim que meus avos partiram, passamos a ir bem menos a Lavras. La ainda moram as tias e primos dele (meus parentes de segundo e outros graus). Pessoas com quem passei a maioria das minhas ferias e feriados quando criança.

Eu e meus irmaos adorávamos ir pra la! Em primeiro lugar por causa da vo Ruth, por quem sempre fomos hiper apaixonados! Pra mim, era uma mistura de amor com admiração, com paixão de neta... Numa epoca em que as mulheres ficavam em casa cuidando daquela multidao de filhos, ela teve so 2, trabalhava fora e dirigia! Ok, carteira de motorista comprada no RJ. rsrs. Mas aquele fusquinha rodou, viu?! rsrs. E como se nao bastasse esta modernidade toda, a danadinha ainda foi miss Lavras quando moça! Um luxo em forma de avo! Tenho muito orgulho dela!

Alem disto, la em Lavras meu pai me deixava sair a noite, ir pra casa das minhas primas (de segundo grau) e passar o dia de bobeira, diferente daqui de BH onde eu tinha uma vida mais regrada.

Quando a gente cresce, o distanciamento acaba acontecendo naturalmente. E com a ida dos meus avos para o outro plano da vida, acabei anos sem ir a Lavras. Como la ainda moram pessoas muitíssimo queridas, resolvi incluir uma visita la em meu plano de metas.

Agora no começo do ano, aproveitei que meus pais estavam indo pra la com minha sobrinha e fui também! Passamos apenas 3 dias la, mas foi OTIMO por varios motivos! Ha tempos nao viajava com meus pais. Passar 3 dias direto com minha florzinha foi uma delicia! Rever a parentada eh sempre maravilhoso! Minhas tias avos sao muuuuuito queridas! Cada uma de um jeito, mas sao todas umas fofas! 

Foi a propria peregrinação: cafe da manha com uma, almoço com outra, lanche da tarde com outra, jantar na casa de um primo do papai... 



E de repente, 4 gerações (minha tia avo, o primo do meu pai que considero como tio, minha prima (filha dele) e a filha desta minha prima brincando com minha sobrinha) reunidas em momentos de muita alegria!


Mas o principal nao foi esta farra toda. O principal aconteceu exatamente 1 semana depois, quando recebemos a noticia de que uma destas minhas tias-avos queridas resolveu encontrar com minha avo no outro plano da vida. 


Ou seja, a ida a Lavras nao foi simplesmente a CONCLUSÃO DA META 39, mas principalmente a oportunidade de me despedir da Tia Neuza, uma pessoa muitíssimo querida. Que ela continue irradiando tranquilidade e alegria com seu sorriso calmo e iluminado... Amem!


Eu curti tanto ir a Lavras, que quando fiz a revisão das metas, adaptei a meta 37, me propondo a ir la pelo menos 1x por ano. Tomara que funcione! ;)

Meta 26 - Vidro da cozinha

Quando comprei o apartamento, meu quarto tinha uma moldura de gesso com espelhos e uma prateleira de vidro iluminada com a qual nao me identifiquei. Entao mandei tirar tudo e colocar uma cabeceira de madeira de demolição que era meu sonho! 

Como tenho mania de aproveitar tudo, tudo, tudo, pedi meu pai pra colocar um plug de tomada nas 2 mangueirinhas de led, que dao um super charme na sala. O espelho acabou quebrando na retirada. Entao sobrou o vidro da prateleirinha. Ele tem 15cm de largura, 5mm de espessura e uns 2m de comprimento. Era uma "lingüiça" achatada que me "estorvou" (como dizia minha saudosa vo Ruth) durante um tempão. Ate que minha ajudante o quebrou em 2 partes. Nao eh que coincidentemente uma das partes tinha exatamente o comprimento da minha parede da cozinha?!! Foi ai que tive a idéia: fazer uma prateleirinha na cozinha pros meus temperos! Ao contrario de mami, eu amo tudo exposto! Meu sonho era ter meus temperos todos a mao pra facilitar minhas alquimias culinarias!

Entre ter a idéia e colocar em pratica, demorou alguns meses... Ate mesmo porque eu CUSTEI a encontrar uma mao francesa pra vidro com somente 15cm de largura. Confesso que nem sabia que existia tipos diferentes de mao francesa. Pra mim, a unica diferença era: com ou sem rococos. rsrs. Rodei todos os depósitos de materiais de construção do meu bairro, dos bairros vizinhos e de todos os percursos do meu trabalho (Betim) ate a minha casa. Nada... 

Ja cansada de depósitos, resolvi dar um pulo no centro, na tal rua dos marceneiros, onde varias pessoas me disseram que eu encontraria a tal mao francesa. Fui em TODAS as lojas da rua (acho que Tamoios). TO-DAS. Fui achar na ultima, obvio. Murphy como sempre, infalível!

Comprei e ficou quase 1 mes aqui guardado. Mas eis que recebo um hospede de Manaus que, dentre outras varias gentilezas, me ajudou a fixar a prateleirinha na cozinha. Isto foi ha umas 3 semanas atras e eu to apaixonada ate hoje com a minha prateleirinha de temperos!





Apesar de ainda ter o outro pedacinho do vidro sobrando, ja estou considerando META 26 CONCLUIDA, ja que ja ate sei o que fazer com ele e agora so falta implementar (le-se voltar la no centro pra comprar mao francesa). rsrs



Assim que instalar a segunda prateleirinha, posto foto aqui também.